A Alegria de Cinzas
A
busca da alegria que não lhe pertence termina na quarta-feira de cinzas.
Alegria,
alegria, vou a você. Não a tenho, não faz parte de mim, mas está solta, viva,
arrebatando súditos em muitos como eu.
A
rua, a música, a dança, sorrisos, gritos, suor, tudo contagia. Os problemas não
existem, os estranhos comungam do mesmo êxtase. Vivemos, todos, o mesmo palco,
a mesma estória, a mesma fantasia.
Vale
tudo. Passado e futuro, agora, não fazem parte de mim. Só vale o presente,
mesmo que macule o que fui, mesmo que interrompa o caminho que vinha
construindo.
Bebo,
fumo, cedo a todas as tentações, vícios, “erros”... Nada nem ninguém pode me
controlar. Só atendo à minha vontade, custe o que custar. Ignoro
responsabilidades. Logo se desligarão os aparelhos, as músicas, e tudo voltará
ao sofrimento obrigatório que a vida “normal” me impõe. Por que, então, não
aproveitar a alegria passageira desses poucos dias?
Sim,
sei que essa alegria não é minha, está fora de mim. Mas é a alegria que eu
consigo ver, viver, abraçar e sonhar, como se fosse uma verdade permanente.
Mesmo que acabe amanhã, em cinzas...
Amanhã,
serão varridas e lavadas as ruas das farras.
Amanhã
ou depois, acordarão pessoas em hospitais, na Terra e no Além.
Amanhã
ou depois, consequências e arrependimentos às vidas já sofridas. O custo da
alegria, da falsa e momentânea alegria, é a tristeza. E há consequências
irreversíveis, que mesmo muita tristeza e sofrimentos não corrigem. Não é o que
desejamos. Porém, é o risco procurado por grande parcela da Humanidade, que
ainda não se abriu à alegria e felicidade íntima, da alma, do espírito. A
grande alegria da paz interior, da retidão de atos e pensamentos, da vida
dedicada ao amor a si e a todos.
A
felicidade existe em todos os corações que vivem o Amor. Mesmo nas quartas-feiras de cinzas.
Mensagem recebida pelo médium
Beto.
Recebida por via psicográfica na 109ª Reunião do
Grupo Interplanos Chico Xavier em 08/03/2011
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